Interface Universal Audio Volt

Recentemente eu adquiri uma interface de audio Volt 176 da marca Universal Audio.

Mas antes de comprá-la eu fiquei muito na dúvida entre ela e interface SSL 2 da marca SSL.

Será que eu fiz a escolha certa ou será que eu me arrependi?

A ideia aqui é te contar tudo sobre as interfaces Volt da Universal Audio 176 (Volt 1, Volt 2, Volt 276 e Volt 476 também).

Se você utilizar um microfone dinâmico como o shure SM58, o SM57 ou semelhantes, o ganho dessa interface vai ser suficiente.

Assim como para qualquer microfone do tipo condensador como a maioria dos microfones da Rode e da Audio Tecnica por exemplo.

E mesmo no ganho máximo do preamp, não há distorção do sinal (desde que você respeite os limites de entrada e saída, é claro).

Volt 176 hero 2x

O ganho dessa interface só será um problema para o Shure MV7, o Shure SM7B e microfones semelhantes e também para praticamente todos os microfones de Fita Passivos.

Porque todos esses precisam de muito ganho de no pré amplificador para chegarem com um nível de sinal adequado na hora de converter o sinal analógico em digital.

Só que as características que mais chamam a atenção nesta interface são outras.

A primeira é com relação ao modo “Vintage”.

O que quer dizer esse “modo vintage”?

Bom, nos primórdios da eletrônica para o audio, a única forma de amplificação dos sinais elétricos de um microfone era com a utilização de Válvulas, já que o transistor só começou a ser utilizado em larga escala na década de 50.

Antes disso apenas equipamentos valvulados eram produzidos.

Mas até os dias de hoje ainda há algumas empresas que fabricam equipamentos de audio com válvulas ao invés de transistores ou circuitos integrados.

E a principal diferença dos circuitos amplificadores com válvulas é que a válvula pode adicionar naturalmente frequências harmônicas à frequência ou às frequências que estão sendo amplificadas.

Por exemplo, se na sua voz existe uma frequência dominante de 200Hz, a válvula adicionaria uma pequena porção também na frequência de 400Hz, depois uma menor ainda em 600Hz, depois uma ainda menor em 800Hz e assim por diante “infinitamente” até a máxima frequência que o sistema seja capaz de reproduzir.

Isso é o que chamam também de “saturar um sinal”, adicionar saturação é adicionar frequências harmônicas a uma dada frequência ou a várias frequências.

E isso é o que esse botão “Vintage” faz: ele adiciona frequências harmônicas ao sinal de entrada. Mas ele não faz isso com Válvulas não, tá?

Porque essa interface é composta basicamente por circuitos integrados que fazem a ampliação e a conversão do sinal analógico em digital.

E na verdade essa adição de harmônicas aqui é toda computacional, feita no processador que vem depois que o sinal já está convertido no formato digital, ou seja, esse modo Vintage é apenas uma simulação digital do que seria a resposta de uma válvula.

É a mesma coisa? Com certeza que não. Mas é algo que para os nossos ouvidos vai soar bem parecido.

De fato, a adição de harmônicas é uma técnica que faz mais sentido em guitarras distorcidas, em sons com muita reverberação ou em instrumentos que alcancem frequências mais altas, porque assim a resposta será mais equilibrada e interessante aos nossos ouvidos.

Quando adicionamos harmônicas de alta frequência no som de uma voz narrada, temos que avaliar se realmente soa melhor ou se o som se distorceu e ficou esquisito.

Outra funcionalidade que é exclusiva da família Volt x76 é o modo Compressor.

As interfaces Volt 1 e Volt 2 só diferem nesse quesito.

Essas interfaces que tem esse número 76 no nome fazem uma alusão a um equipamento analógico da Universal Audio que é um Compressor Limitador de Pico feito com transistores FET, o UA 1176 e que é sucesso de vendas desde a década de 70!

E novamente o que temos é uma emulação de um hardware real que é implementada toda no processador da marca XMOS que além de fazer todas as transformações de audio também faz o controle de todos os botões e também das interfaces USB e MIDI.

Interface MIDI com conector DIN de 5 pinos, ainda? É.

Ao pressionar o botão do modo Compressor, a Compressão do sinal se alterna entre uma dessas quatro opções: desabilitado, Voz, Guitarra ou Rápido.

E se você já leu o post aqui onde eu comento sobre os melhores plugins compressores do mercado, você já concluiu que não tem como ajustar da melhor maneira a compressão com um único botão.

O que mais esta interface tem?

– Saída de Fone de Ouvido. Muito boa. Mas não tão boa quanto o DAC Sabre USB da ESS Tech que eu comentei no post sobre DACs aqui.

– A alimentação desta interface é feita pela USB, mas há a opção de você também alimentá-la com fonte externa. Mas em ambos os casos, a interface não filtra ruídos que existam na porta USB ou na fonte de alimentação. 

– O sinal de 48v, o phantom power, que é necessário para alguns microfones, quando acionado, aparece sempre estável, sem qualquer adição de ruído.

– E a saída principal para os Monitores de Audio, que eu não utilizo ainda, é balanceada mas num conector TRS.

– E junto com ela vem um pacote de plugins que você faz o download da licença utilizando o software da Universal Audio. E dos vários plugins, dou destaque para os plugins da Softube, principalmente o Dawner S73 que é um compressor Multibanda em forma de presets, mas presets muito bem elaborados que te ajudam na finalização do audio.

– E se você se interessa pelo Ableton live, há também uma licença da versão Lite incluída. Inclusive se você está em busca de uma DAW, leia esse post aqui onde explico a respeito de 20 DAWs diferentes.

E como a Universal Audio Volt se compara com a Interface SSL2 ou SSL2+?

Em termos de Design e os componentes mecânicos:
A Universal Audio Volt leva a melhor por ter um design mais arrojado e usar peças de metal.

Já no quesito pré-amplificador é a SSL2 que se sai melhor com até 62dB (amplificação de 1259 vezes) contra 55 dB (amplificação de 562 vezes) das interfaces Volt.

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Conversor AD e Conversor DA: A Volt utiliza o chip CS4272 da Cirrus e a SSL2 usa o AK4621F da AKM. E como eu já abordei nesse post sobre DACs, os chips da AKM tem maior qualidade que os chips da Cirrus Logic, portanto SSL2 ganha nesse quesito.

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Saída de Headphone: Ambas as interfaces utilizam simples amplificadores operacionais para fazer a amplificação do Sinal para a conexão dos fones de ouvido, mas como eu li algumas reclamações a respeito de distorções causadas quando o volume é alto na saída de headphone na interface SSL2, vou dar o ponto à Universal Audio, pois não percebi distorções aqui mesmo em volumes altos.

Entradas e Saídas de Audio: Aqui a comparação honesta seria Volt2 ou Volt 276 versus SSL 2. E Volt 476 versus SSL 2 plus. Mas de todas essas, aquela que possui a melhor diversidade de entradas e saídas de audio é a SSL2+. 

Pacote de Plugins: Ambas as interfaces trazem ótimos plugins. Por parte da SSL tem o VocalStrip2 que é um plugin completo para quem precisa apenas gravar Voz, já que ele cumpre bem o papel de compressor, expander, gate, etc. E pelo lado da Universal Audio temos o Softube Drawner S73, o Softube Tube Delay e o Brainworx bx Masterdesk Classic, além de outros plugins tão interessantes quanto! Então pela quantidade de ótimos plugins a Universal Audio fica um pouco a frente nesse quesito.

Processador: Ambas as interfaces utilizam um processador da marca XMOS, que te possibilita ter o que há de melhor em termos de drivers para Windows, Mac e Linux. Mas a SSL 2 utiliza um processador de 12 núcleos ao invés de 8 núcleos, que é aquele encontrado na Universal Audio.

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Como o compressor das versões Volt 176, 276 ou 476 não valem a pena, quer dizer que o custo benefício das Volt 1 e Volt 2 são melhores.

Então entre Volt 2 versus SSL2, considerando o preço de ambas, a Volt 2 é mais barata que a SSL 2. E se você só precisa de uma entrada de microfone, a Volt 1 é ainda mais barata!

Por isso, a minha maior recomendação pra você seria:

Universal Audio Volt 1 (pelo preço);

Universal Audio 2 (pelo preço caso você precise de duas entradas);

SSL 2 plus (pela variedade de Entradas e Saídas).

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