Qual a Melhor DAW para Audio?
Por 10 anos eu utilizei um único software para gravar, editar e mixar audio. Mas devido a evolução tecnológica, recentemente me vi obrigado a buscar e a experimentar quase todos os softwares tipo DAW que existem, DAW que significa: Digital Audio Workstation, softwares feitos para gravar, editar e mixar Audio.
E quando a gente fala em gravação, edição ou produção de audio, cada pessoa tem uma ou algumas necessidades bem específicas e por isso, não existe uma única DAW que é unanimidade e perfeita para todos, mas com certeza existe alguma perfeita pra você.
Talvez esta pergunta aqui já tenha lhe atormentado a alma: Qual é a melhor DAW?
Qual o melhor software tipo Digital Audio Workstation?
Aliás, o que é uma Digital Audio Workstation, ou traduzindo: o que é uma Estação de Trabalho de Audio Digital?
Na verdade esse nome é herança da tecnologia do passado, porque o primeiro software criado para gravar e editar audio no formato digital num computador surgiu em 1991 pelas mãos da empresa californiana OSC e foi distribuído pela Digidesign com o nome de Pro Tools.
Acho que você já deve ter ouvido esse nome 😉
Naquele momento o Pro Tools era um sistema composto por um computador Mac que tinha 4MB de memória RAM e 80MB de Disco rígido, somado a alguns hardwares adicionais que faziam a conversão analógica para o digital e um DSP para ajudar no processamento dos sinais, além de contar com dois softwares em disquete: o ProDeck para gravação e o ProEdit para edição do Audio.
Só lembrando que o termo Workstation, ou Estação de Trabalho, era utilizado para computadores otimizados que tinham um fim específico, nesse caso era para gravação e edição de audio.
Ou seja, a Digidesign não recomendava esse computador para você rodar games, por exemplo, apesar de que era possível fazer isso, mas a sua experiência talvez não fosse das melhores.
E o conceito de realizar multi-tarefas com o computador naquele momento não estava muito bem desenvolvido ainda, então você tinha um único programa rodando por vez.
Por isso havia dois programas distintos na primeira versão do Pro Tools.
E perceba que naquela época uma Digital Audio Workstation era na verdade um conjunto composto por Computador, com placas de Hardware adicionais e Softwares, no plural!
E como você deve imaginar esse conjunto todo custava muito dinheiro, algo em torno de 13 mil dólares!
Mas pra nossa sorte, tanto a tecnologia de hardware quanto de software evoluíram e hoje em dia quando dizemos DAW, D-A-W, estamos falando apenas do software.
Então vamos logo listar as DAWs mais utilizadas hoje em dia, e se prepare, porque são muitas, é uma grande variade mesmo que temos atualmente.
Começando por ele, óbvio, que eu já citei: O Pro Tools, hoje em dia distribuído pela empresa Avid e que você pode adquirir tanto por aluguel mensal ou mesmo comprando uma licença perpétua com direito a um ano de atualizações.
Roda tanto em Mac quanto em Windows, e ele é sem dúvida o software de audio mais utilizado no mundo, mas vem perdendo cada vez mais mercado devido a grande variedade de competidores.
É um software quase obrigatório para os grandes estúdios de música e de dublagem. Ou seja, quando há a necessidade de mixar dezenas ou até mesmo centenas de trilhas de audio.
Agora, uma DAW que já foi um concorrente muito mais ameaçador para o Pro Tools e que é tão famoso quanto, é o Logic Pro X, da Apple. E por ser da Apple, é exclusivo para Mac.
Apesar de não ter sido idealizado pela Apple, mas sim por uma empresa chamada Emagic que viria a ser comprada pela Apple em 2002, ele teve a sua primeira versão lançada ainda em 1993.
Ele tem um custo menor que o Pro Tools, e de vez em quando a Apple até facilita a aquisição da licença dele com alguma campanha promocional.
E eu mencionei que ele já foi mais ameaçador para o Pro Tools porque antigamente, há uns 10 anos atrás, a Apple tinha uma gama de produtos muito menor do que tem hoje e por isso conseguia dar muita importância ao desenvolvimento do Logic.
Com o passar dos anos a Apple percebeu que outros mercados como os de fones de ouvido, celulares e smartwatches eram muito mais lucrativos que o mercado de softwares para audio profissional.
E por conta disso ela acabou dando menos importância ao desenvolvimento do Logic Pro X em relação a seus outros produtos, consequentemente tornando ele pouco inovador, e exatamente por isso, agora ele briga nesse mercado com empresas muito menores do que a Apple ou a Avid.
A Apple também possui outra DAW chamada Garageband e que também é exclusiva para computadores Apple, mas neste caso são contemplados também iPads e iPhones.
E este sim foi um software idealizado pela Apple desde sua primeira versão, que aconteceu lá em 2004.
E foi fruto da equipe de desenvolvimento que veio da Emagic.
Ninguém sabe ao certo se a Apple tinha a intenção ou não de acabar com o Logic e substituir ele pelo Garageband, mas o fato foi que muitos produtores musicais tinham o Logic como a sua DAW sagrada e disseminavam a palavra de que o Logic sim era um software profissional e o Garageband não.
E talvez por isso a Apple se viu obrigada a continuar desenvolvendo os dois softwares.
A ponto de hoje em dia você ter dificuldade em perceber as reais diferenças entre eles.
Ah! E o Garageband é de graça!
Com o passar dos anos a Steinberg percebeu que o mercado de produção Audiovisual era muito carente de um software que permitisse a rápida sincronização de várias trilhas de audio com video, e assim surgiu o Nuendo, que possui até mais funcionalidades que o Protools para fins de integração de audio com video.
Mas mesmo nesse ramo, ela ainda perde em popularidade para o Pro Tools.
Contudo, é em outro segmento do audio que a Steinberg domina, que é no ramo da Masterização de Audio com o software Wavelab.
Ele é totalmente voltado a Engenheiros de Audio que precisam de ferramentas muito específicas para padronizar uma música, ou mesmo um disco todo, numa mídia ou num serviço de streamming.
Ele teve sua primeira versão lançada lá em 1995 e se consagrou pelo fato de muitos Engenheiros de Audio declararem publicamente que o utilizaram na masterização de músicas consagradas.
E o software DAW mais jovem da Steinberg é o Spectral Layers, voltado à manipulação do audio no domínio da frequência, onde é mais difícil de entender, mas que possibilita uma manipulação muito mais precisa do que no tradicional domínio do tempo.
Falando de outra empresa alemã, o software DAW que mais ganhou adeptos na última década foi com certeza o Live da alemã Ableton.
Uma empresa que não é tão jovem assim, já que a primeira versão do Live data de 2001.
Naquele momento o software recebeu o nome Live, porque a ideia era justamente essa: utillizar o computador para ser operado Ao Vivo, auxiliando parte da música de modo pré-programado, sendo a outra parte executada por um ser humano com controladores MIDI.
Ou seja, você e seu computador formam uma banda e assim, podem facilmente fazer shows mundo a fora.
O conceito do Live é poupar recursos do seu computador, com gráficos mais simples, e assim conseguir aplicar todos os efeitos de audio sem problemas numa execução ao vivo.
Há também uma versão do Live com o módulo Max que te possibilita controlar a música com componentes eletrônicos simples, como Resistores Variáveis e Arduinos.
Agora, se levarmos em consideração os últimos anos e não a última década, o software DAW que mais conquistou mercado, foi o FL Studio da empresa belga Image Line.
Ele foi inicialmente lançado em 1998 com o nome FruityLoops e naquele momento não era exatamente uma DAW, mas sim um simulador de Bateria para controladores MIDI.
Ele foi ganhando funcionalidades com o passar do tempo e hoje em dia briga de igual pra igual com os grandes.
Um outro software que também briga de igual pra igual com os grandes em termos de funcionalidades é o REAPER da empresa Cockos. O nome REAPER é um acrônimo para Rapid Environment for Audio Production, Engineering and Recording.
Ou em bom português “Ambiente rápido para produção, engenharia e gravação de áudio”.
E esse software se destaca em dois aspectos: a licença dele custa apenas 60 dólares, que é um valor muito pequeno por todas as funcionalidades que ele possui.
E o maior destaque dele é que ele é muito otimizado, os programadores, que não são muitos se compararmos às outras empresas, se dedicam muito para diminuir ao máximo o tamanho do instalador e também fazer com que o programa consuma o mínimo de recursos possíveis do seu computador, minimizando assim as chances do software travar mesmo em computadores antigos e pouco potentes.
Uma outra DAW que também vai por esse caminho de ser bastante otimizado é o Audacity, que surgiu como um projeto dentro da universidade de Carnegi Melon nos Estados Unidos ainda em 1999 e desde 2000 é disponibilizado de forma gratuita.
Recentemente o Muse Group, detentor de outros softwares musicais, adquiriu os direitos sobre o Audacity, mas ao menos por enquanto ele continua sendo desenvolvido e ofertado de forma gratuita, mas não se sabe até quando.
Falando em software DAW gratuito, outra opção é o Cakewalk by Bandlab.
Exclusivo para Windows e originalmente desenvolvido pela empresa Sonar em 2016, foi adquirido pela empresa BandLab Technologies de Singapura no ano de 2018.
Este talvez seja a melhor opção gratuita para quem quer uma DAW para Windows.
Contudo, o software tipo DAW para Windows que mais tem recebido elogios nos últimos anos foi o Studio One da empresa Presonus, que também desenvolve interfaces de audio.
E o Studio One não se limita apenas ao mundo Windows, pois também existe uma versão para Mac, inclusive com suporte aos processadores Apple Silicon.
Tem atualizações frequentes, muitas funcionalidades, e mesmo sendo um software bastante otimizado consegue trazer ainda uma interface com visual muito moderno e fácil de operar.
Falando em Visual moderno, temos ainda o Bitwig Studio da empresa alemã Bitwig.
Que traz alguma semelhança visual com o Ableton Live, mas ganha no aspecto modernidade, já que tem uma interface gráfica muito mais desenvolvida que a do Live.
E ainda conta com uma funcionalidade chamada Grid onde você enxerga os efeitos como peças que se encaixam e se conectam.
Mas acredito que em termos de inovação, seja o Serato Studio aquele que mais ousou nos últimos anos, já que ele conta com uma interface gráfica bastante diferente daquela que tradicionalmente temos em softwares tipo DAW.
A empresa Serato é sediada na Nova Zelândia e teve a versão inicial do software lançada em 2018, ou seja, é realmente muito recente.
Uma empresa que não é tão jovem assim, mas que mudou de nome recentemente é a sueca Reason Studios, anteriormente conhecida como Propellerhead (que numa tradução seria algo como “Cabeça de Hélice”) é a empresa responsável pelo software Reason que também recebe atualizações constantes e que também apela para um interface gráfica bastante moderna.
Ainda no quesito modernidade, não posso deixar de citar o Adobe Audition CC da Adobe.
Por muito tempo eu utilizei o Adobe Auditon CS6, que foi a última versão que você tinha a possibilidade de comprar a licença.
Depois disso, a partir de 2012, a Adobe passou apenas para o modelo de aluguel de software, o qual eu considero uma prática muito desleal, porque nada garante que você terá disponível sempre esse software.
Por isso estou apenas citando esse software como referência, mas de maneira alguma eu te recomendo ele.
Mas caso você queira algo semelhante (e talvez até melhor que o Adobe Audition CC) existe o Acoustica da empresa Norueguesa Acon Digital.
Este é inclusive o software que eu atualmente utilizo para edição e gravação de audio.
Ele ainda precisa de algumas melhorias na interface para que eu possa dizer que ele é perfeito, mas tenho obtido resultados até melhores daqueles que eu conseguia obter com o Adobe Audition CS6.
Outro software DAW que se diferencia dos demais é o Mixbus e o Mixbus32C da empresa norte americana Harrison, que também fabrica consoles de audio para estúdios de música e por isso conseguiu adicionar aos seus softwares características semelhantes aquelas encontradas em suas mesas, o que faria com que o audio desses softwares digitais soasse mais “analógico” (entre mil aspas).
E por último, destaco ainda dois softwares que nasceram no Linux, mas que hoje em dia já possuem versões para Windows e Mac, que é o caso do LMMS e também do Ardour.
O Ardour inclusive eu utilizei por um tempo e é um software bastante robusto e estável.
Ficou confuso com tanta opção?
E olha que talvez eu até tenha esquecido de comentar alguma outra DAW importante.
De qualquer forma, é muita opção mesmo.
Nos próximos posts eu vou selecionar os três melhores software para cada tipo de necessidade que você possa ter, seja para mixar, seja masterizar, seja pra compor música, enfim… logo virá!
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